Imagine que você tenha um compromisso inadiável a 400 km de distância e você tenha apenas 4 horas para chegar. Você sabe que o limite da estrada é 100 km/h e não é possível aumentar. Com apenas essa velocidade você está no limite do seu tempo. Tudo pronto, você começa o trajeto. Depois de 1 hora, sente uma dor insuportável no joelho. Pronto, seu compromisso foi perdido.  Mas pensando bem, poderíamos ter mitigado esse risco. Como? Caso levássemos uma outra pessoa que conseguisse dirigir a 100 km/h finalizaríamos o percurso no tempo correto.

Utilizando essa analogia para desenvolvimento de softwares, temos a programação em pares ou simplesmente XP. O XP, ou eXtreme Programming, é o desenvolvimento ágil de sistemas utilizando a programação pareada, ou seja, duas pessoas codificam utilizando o mesmo computador. Pode-se chamar uma de piloto e a outra de co-piloto. O piloto escreve as linhas de código e o outro revisa para minimizar possíveis “bugs”. Um ponto importante neste tipo de programação é uma certa pressão que um exerce no outro. O que fica “de lado”, mesmo que inconscientemente, pode elevar o nível de programação. O piloto sente que precisa codificar da melhor maneira possível para o revisor não encontrar problemas superficiais.

Um ponto importante é que os dois programadores precisam ter skills semelhantes. Isso evita perderem o foco da implementação, pois com outra pessoa te ajudando ou mitigando algum problema, a chance de entregar o projeto no tempo é muito maior. Uma segunda vantagem importante é o “rodízio” de atividades, evitando assim a fadiga ou o cansaço pelo exercício repetitivo. Uma terceira vantagem muito explorada na metodologia ágil é o amadurecimento da dupla e confiança. Quanto mais tempo os pares passarem juntos, mais conhecimento (amadurecimento) e entrosamento (confiança) eles terão.

Tive uma experiência legal sobre essa metodologia aconteceu a sete anos atrás. Um projeto não estava indo conforme o planejado e as entregas cada vez com menos qualidade. O grupo de programadores foi pareado formando quatro pares. Com os pares se ajudando, a curva de aprendizado é bem menor e assim, o projeto entrou no “eixo” e foi entregue com muita qualidade.

Implementar essa metodologia é difícil, pois a cultura de “ficar olhando” o outro trabalhar ainda é um tabu em muitas empresas. Mas se os projetos da sua empresa têm atrasado utilizar a metodologia XP é uma opção.