A realidade virtual a qual irei me referir aqui como solução para empresas é bem diferente daquela que estamos acostumados a ver na televisão. Na verdade, na maioria desses casos, trata-se apenas de uma visualização em vídeo 360º, que proporciona sim uma imersão em um ambiente digital – como simulação de montanhas russas, aquários, qualquer lugar que se possa filmar com uma câmera 360 –, mas não a interação com esse ambiente – como aplicar comandos de abrir e fechar portas, por exemplo.

No geral, quando falamos em realidade virtual e interatividade, outra coisa que vem à mente é o gamification, uma estratégia usada especialmente para ações de marketing. O termo define uma tática de interação entre marcas e pessoas para gerar engajamento com base em incentivos, especialmente ligados a gráficos e jogos.

Em alguns casos, o gamification estimula o caminho a ser percorrido em processos mais cansativos para o consumidor como uma pesquisa. Também permite que dados e informações sejam transmitidos de forma mais dinâmica, permitindo maior absorção do conteúdo e uma experiência positiva. Um exemplo clássico, e muito conhecido de gamification, é o aplicativo Foursquare. Projetado para “transformar a vida em um jogo”, recompensa os usuários com o medalhas e prefeitura de locais físicos e assim influencia o comportamento dos indivíduos, ao adicionar elementos de jogos digitais para espaços físicos.

Dadas essas introduções, posso explicar os benefícios da VR (Virtual Reality) e dar alguns exemplos de como ela funciona efetivamente no mundo dos negócios, diferente de tudo o que foi apresentado pelo mercado até hoje.

Inovação define

A realidade virtual serve para qualquer segmento. Qualquer. Desde comércio à psiquiatria. Por exemplo, pesquisadores do Rio de Janeiro, das universidades federal e estadual, estudam um tratamento para pessoas que têm agorafobia – fobia a lugares cheios de pessoas.

Portanto, seja qual for a necessidade de sua empresa, haverá uma solução em VR para ela. Mas para isso acontecer, é preciso que a tecnologia e a inovação estejam intrínsecas no DNA do negócio, pois ele tem de querer estar à frente, ser criativo e diferente.

Esse é o primeiro passo, pois você pode não visualizar um tremendo potencial que sua empresa teria ao investir em uma solução do gênero. O segredo é entender exatamente a necessidade e traduzir uma solução adequada.

Engajamento total

Se o gamification já proporcionava um engajamento altíssimo em comparação com as eras anteriores mesmo sem imersão no mundo digital, que dirá a realidade virtual. Ela permite um engajamento total do público, pois mexe com os sentidos. E já que mexe com os sentidos, como contribuir para novas vendas e novos negócios?

Tenho trabalhado num projeto para uma construtora durante o lançamento de um empreendimento. Imagine a emoção da pessoa que vai comprar sua casa própria poder compreender, interagir e vivenciar o apartamento que está comprando, com uma interação muito mais real do que além da maquete ou da possibilidade única do decorado. Afinal, muitos empreendimentos acabam construindo e decorando um único modelo de planta e as outras unidades perdem esse poder de veracidade, dimensão e espaço.

Com a realidade virtual, é possível que cada comprador visualize e vivencie o tamanho real das unidades da planta e não só isso, que interaja com ela: abra e feche portas, ligue a televisão, feche as cortinas, mexa nas cadeiras etc. Também pode haver mais de uma opção de decoração, como escritório ou quarto infantil para um dos dormitórios, ou até mesmo a demolição de uma das paredes.

Se em outros casos a redução de custos é apenas um fator intermediário, neste caso ele pode ser considerado principal, já que dispensa a construção do decorado e o investimento na compra dos produtos, normalmente de primeira linha. Mas por outro lado, propicia a vivência do público em todas as unidades, sendo um grande fator influenciador ao fechar negócio.

Quebrando as barreiras do tempo x espaço

Com base nos exemplos anteriores, a VR ainda pode ir muito mais além. Em outra demo que estamos desenvolvendo, mapeamos um terreno físico e transformarei as imagens e informações em um recurso que permite um voo panorâmico pela região – o que seria inviável fisicamente.

Os comandos da aeronave podem ser infinitos – tudo depende da necessidade e da estratégia de negócio. Em breve, conto mais sobre esse e outros cases para vocês.

Seja qual for o projeto, o equipamento também é essencial! Hoje são conhecidos os óculos Gear, da Samsung, e o Google Glass, mas eles permitem a visualização de vídeos em 360º como se você estivesse imerso no local, mas sem interação. Utilizo HTC Vive, que integra o usuário realmente ao espaço.

Bom, espero que esse texto tenha sido esclarecedor, principalmente para a quebra de paradigmas. Tem alguma ideia em mente, dúvidas ou quer saber mais? Fale comigo! Comente por aqui.